"BUSH"
11 e 10/11/1997 - Olympia - São Paulo - SP
Turnê: "Razorblade Suitcase"

No início da carreira, o fenômeno inglês Bush desembarcava em SP para dois shows. Dias 10 e 11 de novembro, no extinto Olympia (uma das melhores e lendárias casas de espetáculos que SP já teve), foram marcados por uma banda que executou o melhor de sua carreira; com a turnê do segundo álbum “Razorblade Suitcase”.

Gavin Rossdale arrastou a mulherada e a pancada suja, os veteranos da era Grunge. Um ano depois da morte de Kurt Cobain, a banda Bush explodiu mundialmente e supriu parte da carência que havia na geração desolada pela perda de seu grande ícone. Foram precisos quase três anos para a banda vir ao Brasil, mas quem teve o privilégio de conseguir seu ingresso, considera um dos melhores shows da vida.

Um bando de jovens, loucos e sedentos por rock arrepiaram quando “A Tendency To Start Fires” começou; o som estupidamente alto e luzes jamais vistas no Olympia fizeram daquela noite mágica. “Personal Holloway” e “Body” ainda aqueciam o ambiente, mas foi na quarta música, o grande hit “Machinehead”, que fez o público se espremer para chegar o mais perto do que poderia ser os sucessores de toda uma geração.

Outro hit do momento que passava desenfreadamente na MTV, “Cold Contagious”, trouxe a calmaria e explosões da canção. “Everything Zen” fez Gavin pirar de tal forma que o cantor subiu no camarote, pendurou-se na grade e levou as fãs ao delírio.

“Comedown” deu um pouco de descanso, sequenciada por “Insect Kin” e “Mouth”; tocada em sua versão original. Nesta época, “Mouth” ainda não fazia parte da trilha sonoro do filme “Um Lobisomem Americano em Paris”, versão remixada que acabou sendo mais aceita pela mídia popular; mas ao vivo deixa a desejar. Demos sorte!

Algumas músicas esfriaram o público, aquela famosa pausa de descanso: “X-Girlfriend”, “Monkey”, “Bonedriven”, “Glycerine” e “Testosterone”. O cover “The One I Love” levantou a galera de novo e para o bis...para o bis...para o bis...para testar os alicerces do Olympia...a trinca de ferro: “Swallowed”, “Greedy Fly” e “Little Things”.

Realmente uma violência, um show jamais executado pela banda nos últimos 16 anos. Outros álbuns sem expressão foram lançados, coletâneas e remixes; mas nada comparado ao “Sixteen Stone” (1995) e ao “Razorblade Suitcase” (1997).

Com muito orgulho, nós brasileiros, paulistas e paulistanos temos a audácia de gritar: “nós vimos o que foi a BUSHMANIA”.